quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Uma Pastoral para a Decepção!

Uma Pastoral para a Decepção!

Ariovaldo Ramos

Quando, na década de 80, a teologia da prosperidade chegou ao Brasil, ela veio como uma nova tese sobre a fé, prometia o céu aqui para o que tivesse certo tipo de fé. As promessas eram as mais mirabolantes: garantia de saúde a toda prova, riqueza, carros maravilhosos, salários altíssimos, posições de liderança, prosperidade ampla, geral e irrestrita.

Lembro-me de, nessa época, ter ouvido de um ferrenho seguidor dessa teologia que, quem tivesse fé poderia, inclusive, negociar com Deus a data de sua morte, afirmava que, na nova condição de fé, em que se encontrava, Deus teria de negociar com ele a data de sua partida para mundo dos que aguardam a ressurreição do corpo.

Estamos, há mais de vinte anos convivendo com isso, talvez, por isso, a grande pergunta sobre essa teologia seja: Como têm conseguido permanecer por tanto tempo? A tentação é responder a questão com uma sonora declaração sobre a veracidade desta proposição, ou seja, permanece porque é verdade, quem tem fé tem tudo isso e muito mais. Entretanto, quando se faz uma pesquisa, por mais elementar, o que se constata é que as promessas da teologia da prosperidade não se cumpriram, e, de fato, nem o poderiam, quando as regras da exegese e da hermenêutica são respeitadas, percebe-se: não há respaldo bíblico. Então qual a razão para essa longevidade?

Em primeiro lugar, a vida longa se sustenta pela criatividade, os pregadores dessa mensagem estão sempre se reinventando, vivem de promover espetáculos ás custas da boa fé do povo. Mesmo os mais discretos estão sempre expondo o povo, em alguns casos, quando mais simplório melhor, em outros, quanto mais bonita, e note-se o feminino, melhor.

Além disso, é uma sucessão de invencionices: um dia é passar pela porta x, outro é tocar a trombeta y, ou empunhar a espada z, ou cobrir-se do manto x, e, por aí vai. Isso sem contar o sem número de amuletos ungidos, de águas fluidificadas e de bênçãos especiais. Suas igrejas são verdadeiros movimentos de massa, dirigidos por “pop stars” que tornam amadores os mais respeitados animadores de auditório da TV brasileira.

Em segundo lugar, a vida longa se mantém pela penitência; os pregadores dessa panacéia descobriram que o povo gosta de pagar pelos benefícios que recebe, algo como “não dever nada a ninguém”, fruto da cultura de penitência amplamente disseminada na igreja romana medieval, aliás, grande causadora da reforma protestante. Tudo nessas igrejas é pago. Ainda que cada movimento financeiro seja chamado de oferta, trata-se, na prática, de pagamento pela benção.

Deus foi transformado num gordo e avaro banqueiro que está pronto a repartir as suas benesses para quem pagar bem, assim, o fiel é aquele que paga e o faz pela fé; a oferta, nessas comunidades, é a única prova de fé que alguém pode apresentar.

Na idade média, como até hoje, entre os romanos, Deus podia ser pago com sacrifícios, tais como: carregar a cruz por um longo caminho num arremedo da via “crucis”, ou subir de joelhos um número absurdo de degraus, ou, em último caso, acender uma velinha qualquer, não é preciso dizer que a maioria escolhe a vela. Mas, isso é no romanismo!

Quem quer prosperidade, cura, promoções, carrões e outros beneplácitos similares tem de pagar em moeda corrente, afinal, dinheiro chama dinheiro, diz a crença popular. E tem de pagar antes de receber e, se não receber não pode reclamar, porque esse deus sabe o que faz e, se não liberou a bênção é porque não recebeu o suficiente ou não encontrou a fé meritória. Esses pregadores têm o consumidor ideal.

Em terceiro lugar são longevos porque justificam o pior do capitalismo, embora, segundo Weber, o capitalismo seja fruto da ética protestante, (aliás, a bem da verdade é preciso que se diga que o capitalismo descrito por Max Weber em seu livro “A ética protestante e o espírito do capitalismo” não é, nem de longe, o praticado hoje, que se sustenta no consumismo, enquanto aquele se erguia da poupança.); a fé cristã, de modo geral, não se dá bem com a busca pela riqueza como objetivo em si.

A chegada, porém, dessa teologia mudou o quadro, o pior do capital está, finalmente, justificado, foi promovido de grilhão que manieta a fé em troféu da mesma. Antes, o que se assenhoreava do capital tornava-se o avaro acumulador egoísta, agora, nessa tese, é o protótipo do ser humano de fé. Antes, o que corria atrás dos bens materiais era um mundano, hoje, para esses palradores, é o que busca o cumprimento das promessas celestiais.

Juntamente com o capitalismo, essa mensagem justifica o individualismo, a bênção é para o que tem fé, ela é inalienável e intransferível. Eu soube de uma igreja dessas que, num rasgo de coerência, proibiu qualquer socorro social na comunidade para não premiar os que não tem fé. Assim, quem tem fé tem tudo quem não tem fé não tem nada.

Antes, ter fé em Cristo colocava o sujeito na estrada da solidariedade, hoje, nesse tipo de pregação, o coloca no barranco da arrogância. Toda “esperteza” está justificada e incentivada. Não é de estranhar que ética seja um artigo em falta na vida e no “shopping center” de fé desses “ministros”.

Mas, o que isso tudo tem gerado, de verdade? Decepção, fragorosa decepção é tudo o que está sobrando no frigir dos ovos. As bênçãos mirabolantes não vieram porque Deus nunca as prometeu, e Deus não pode ser manipulado. O sucesso e a riqueza que, porventura, vieram foram mais fruto de manobras “espertalhonas”, para dizer o mínimo, do que resultado de fé.

Aliás, para muitos foi ficando claro que o que chamavam de fé, nada mais era do que a ganância que cega; o antigo conto do vigário foi substituído pelo conto do pastor. Gente houve que ficou doente, mas, escondeu; perdeu o emprego, mas, mentiu; acreditou ter recebido a cura, encerrou o tratamento médico e morreu. Um bocado de gente tentando salvar as aparências, tentando defender os seus lideres de suas próprias mentiras e deslizes éticos e morais; um mundo marcado pela esquizofrenia.

O individualismo acabou por gerar frieza, solidão e, principalmente, perda de identidade, porque a gente só se torna em comunidade.

Tudo isso acontecendo enquanto muitos fiéis observavam o contraste entre si e seus pastores, eles sendo alcançados pela perda de bens, pela angústia de uma fé inoperante, pela perda de entes queridos que julgavam absolutamente curados, e os pastores se enriquecendo, melhorando sensivelmente o padrão de vida, adquirindo patrimônio digno de nota, sendo contados entre o “jet set”, virando artistas de TV, tudo em nome de um evangelho que diziam ter de ser pregado, e que as suas novas e portentosas posses avalizavam.

E onde estão estes decepcionados? E para onde estão indo os seus pares? Muitos estão, literalmente, por aí, perderam aquela fé, mas não acharam a que os apóstolos e profetas da escritura judaico-cristã anunciaram; ouviram o nome Cristo, mas não o encontraram e pararam de procurar. Talvez, estejam perdidos para evangelho; para sempre.

Outros, no meio de tudo isso, foram achados por Cristo, e estão procurando pelo lugar onde ele se encontra. Para os primeiros não há muito que fazer a não ser interceder diante do Eterno, para que se apiede dos que foram vergonhosamente enganados; para os que estão a procura, entretanto, é preciso desenvolver uma pastoral.

Eles não estão chegando como chegam os que estão em processo de reconhecimento de Deus e do seu Cristo. Estão batendo às portas das comunidades, que julgam sérias com a Bíblia, à procura de cura para a sua fé, para a sua forma de ser crente, para a sua esperança de salvação, para a sua falta de comunidade e para a sua confusão doutrinária.

Precisam, finalmente, ver a Jesus Cristo e a si mesmos; precisam, em meio a tanta desinformação encontrar o ensino, em meio a tanto engano recuperar a esperança. Necessitam de comunidade e de identidade, de abraço e de paciência, de paz e de alento, de fraternidade e de exemplo, de doutrina e de vida abundante.

Quem quer que há de recebê-los terá de preparar-se para tanto, mesmo porque, ainda que certos da confusão a que foram expostos, a cultura que trazem é a única que têm, e nos momentos de crise, de qualquer natureza, será a partir desta que reagirão, até que o discipulado bíblico construa, com o tempo, uma nova e saudável cultura.

Hoje, para além de tudo o que encerra a sua missão, a Igreja tem de corrigir os erros que, em seu nome, e, em muitos casos, sob a sua silenciosa conivência, foram e, ainda, estão sendo cometidos.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

RESOLUÇÕES DE ANO NOVO

RESOLUÇÕES DE ANO NOVO
Este próximo ano, irei falar menos, não que eu queira isso,mas preciso muito,quero ouvir mais,falar na hora certa,evitar polêmicas desnecessárias por comentários mal interpretados. Assim ouvindo mais, passo a conhecer melhor as pessoas,dando importância ao que elas querem dizer e não ao que eu quero falar.
Quero pedir menos,cheguei a conclusão que sou muito “ pidão”,não consigo chegar diante de Deus sem pedir nada,sem querer algo para mim. Ao invés disto quero agradecer,afinal quanta paciência,quanto investimento,e principalmente quanto amor para comigo.Quero oferecer minha vida,talentos,dons a Ele e principalmente meu tempo. Afinal quando faço uma avaliação de minha vida, vejo que continuo pensando muito em mim,colocando minhas coisas em primeiro lugar. Quero fazer com que a oração do Pai nosso seja verdadeira em minha vida “ Seja feita tua vontade assim na terra como no céu “...
Quero pensar mais nos meus irmãos,tentar lembrar as datas de aniversários,ligar,mandar torpedos,e.mails,scraps e pelo menos uns cinco cartões escritos a mão. Visitar mais,tomar mais café com amigos,desfrutar da preciosa comunhão mais tempo. Espero chorar menos com meus queridos que este ano de 2012,mas se precisar,quero estar por perto quando eles precisarem de alguém que chore junto. Também quero celebrar as conquistas dos meus irmãos,suas vitórias,seus avanços.
Quero orar mais,como preciso orar mais,estar mais tempo na presença do Pai,do que em outras,dedicar mais tempo com o Pai celestial,desfrutando de sua presença,orando de madrugada( mesmo no frio...) nas noites,nas manhãs . Quero ler mais a Bíblia,meditar nela,deixar que a Palavra entre em mim,sem me preocupar em mensagens ou pregações ( elas virão naturalmente) quero comer ,ser alimentado pela doce Palavra de Deus.
Quero louvar mais,cantar mais,celebrar mais, sozinho,em casa ,no trânsito e também no culto,quero dançar na presença do Pai( que desafio),pular,exultar de alegria pela doce presença de Deus na minha vida e na igreja.
Ah, ia me esquecendo, tem outras resoluções, tipo, dieta,aprender outro idioma,correr,praticar exercícios,arrumar o quarto da bagunça,manter o escritório sem papéis na mesa, bem , para estes desafios, só a Graça de Deus
Que este seja um novo ano cheio da presença do Senhor,repleto de bênçãos e de vitórias,

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Nada mudará em 2013 (!?!?)

Nada mudará em 2013 (!?!?)

— Ninguém usa um retalho de pano novo para remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha, aumentando o buraco. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Por isso, o vinho novo é posto em odres novos. (Marcos 2:21, 22 NTLH)

Por que as pessoas se agitam tanto com a virada do ano? Fogos, ceia especial, roupa nova, presentes, a costumeira bebedeira (o Brasil está virando um imenso botequim e um entreposto de drogas!), e nas igrejas, um culto especial. O que haverá em 1 de janeiro de 2013 que fará tanta diferença em nossa vida? O que haverá em janeiro que não houve antes?

Sejamos lúcidos: 1 de janeiro de 2013 não mudará a vida que tivemos até 31 de dezembro de 2012. Nossas contas não serão automaticamente zeradas. As rugas dos idosos e as espinhas dos adolescentes não desaparecerão. Nossas desavenças pessoais não sumirão. Nossas enfermidades não fugirão. Por que tanto frenesi pela mudança de data? Passaremos de um dia para outro. Se o ano começasse em setembro, 1 de janeiro seria um dia trivial.

A agitação é porque necessitamos de esperança. Porque gostaríamos de começar tudo de novo, corrigindo os erros que cometemos, evitando as injustiças que sofremos, superando as dores que tivemos. Gostaríamos de zerar a vida e recomeçar com novas possibilidades. A ideia de um novo ano permite isso. É como se nos tornássemos tabula rasa e fôssemos escrever a vida a partir de 1.1.13. Precisamos sonhar que as coisas melhorarão. Precisamos pensar que tudo será diferente e que, no movimento do relógio, tudo de ruim estará afastado e tudo de bom poderá acontecer.

Não mudará nada se formos os mesmos. A maior mudança de nossa situação não se dá por mudanças externas. Deve vir de dentro. Se o ano que finda lhe foi bom, tudo bem. Poderá ser melhor. Mas se não foi, não espere mágica. Trabalhe duro para ter um feliz 2013.

O ano de 2013 poderá ser diferente, melhor que todos, se sua vida for radicalmente submetida a Jesus Cristo e conduzida pelo Espírito Santo. Se você se quebrantar ao pé da cruz e clamar por transformação. E se tomar algumas atitudes simples. Dome seu temperamento. Mude seu jeito de tratar as pessoas. Mude sua visão do mundo. Domestique sua língua. Assuma o compromisso de ser mais consagrado a Deus. Transforme seu homem interior, com a ajuda do Espírito Santo. Então 2013 será diferente. Mas se você não mudar, não espere que a mudança de data melhore sua vida.

Adaptaçao do texto do Prof.Isaltino Gomes